1964, 50 anos depois: memória e reflexão

Na madrugada do dia 31 para o dia 01 de abril de 1964, um golpe derrubou o presidente João Goulart do poder no Brasil. Hoje, 50 anos depois, o país vive uma intensa semana de debates, reflexões, disputas de memória.

Se a ditadura brasileira é intensamente discutida, o mesmo não se pode dizer do Golpe de 1964. Existem diversos trabalhos sobre a crise do governo Goulart, outros muitos sobre os 21 anos de autoritarismo. Porém, é fato que ainda faltam análises profundas sobre o ato em si. Seu apoio, tão heterogêneo, e sua oposição, também tão diferenciadas, permanecem como questões que intrigam aquele período.

Uma das grandes questões que se mantém é: por que não houve resistência? Por que Goulart e seus apoiadores não resistiram? Por que a esquerda não resistiu?

O golpe, em si, foi rápido, a vitória golpista foi rápida e eficiente. O forte apoio de setores civis, como políticos e empresários, certamente garantiu esta consolidação. Entretanto, não demorou muito para parte dos que em um primeiro momento apoiaram se arrependerem e serem eles mesmos cassados pelo novo regime, caso de Carlos Lacerda, do Rio de Janeiro.

O período é ainda marcado por muitas dúvidas e disputas. Nas próximas semanas, usarei este espaço para discutir algumas destas questões. Hoje, acredito que devemos mais que nada refletir e manter sempre a certeza do “Nunca Mais”!

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